SONETO DE FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento ♥ Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto ♥ Que mesmo em face do maior encanto
♥ Dele se encante mais meu pensamento ♥Quero vivê-lo em cada vão momento ♥ E em seu louvor hei de espalhar meu canto ♥ E rir meu riso e derramar meu pranto ♥ Ao seu pesar ou seu contentamento ♥ E assim, quando mais tarde me procure ♥ Quem sabe a morte, angústia de quem vive ♥ Quem sabe a solidão, fim de quem ama ♥ Eu possa me dizer do amor (que tive): ♥ Que não seja imortal, posto que é chama ♥ Mas que seja infinito enquanto dure. *VINÍCIUS DE MORAES

sábado, 13 de outubro de 2012


"Fiquei meditando sobre seu depoimento a respeito de "descobertas acerca de universos paralelos de seu ser" e me recordei da letra de uma canção de pop rock dos anos 80 que se intitulava EGO TRIP e tinha o titulo: "VIAGEM AO FUNDO DO EGO," acho que diz um pouco do seu mergulho interior. E falava assim: 

Há um lugar místico em mim algo assim meio escondido
Um planeta inexplorado um horizonte perdido
Me embrenhei na mata virgem como um nativo Zumbi
Embarquei fundo no oceano como Jacques Costeuor partiu 
Explorador sem experiencia marinheiro de primeira viagem
Embarquei de peito aberto e o que eu tinha era só coragem
                        
(refrão)
Coragem pra encarar frente a frente eu comigo
Como se fosse um irmão no exército inimigo
Coragem pra encarar frente a frente eu no espelho
Como se fosse um irmão que me nega um conselho


Quase no fim da estrada uma voz veio me dizer:
- Se você quer seguir, "cuidado" não vai gostar do que vai vê
E a volta foi difícil retornei de mãos vazias
Nessa minha ego Trip não fui Davi nem fui Golias

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O censo

O CENSO

ozzone             parte 1

Deixe que me apresente: me chamo você.
Que rir no espelho pra não desaparecer
Um você exagerando na merenda
Sem a ilusão de virar doutor
Você que a sorte sempre volta
Para onde o azar começou
Que mora no morro, na serra, na vila
Que invade a missa cheirando 
A benzoato de benzila
Rebento do mundo
Sem rosto sem nome sem datas
Um blefe no jogo de um futuro
De cartas marcadas
Menino amadurado
De destino emprestado
Que via no jereré o legado
Que a vida deixa na mão:
Que cutuca a barranceira do rio,
Que fecha o mata-rato´
Que cata o feijão.

O rapaz que toca: a boiada a fotografia o violão
Oriente no pulso Caloi de segunda mão
Abrindo a marmita sentado no acero
Sapato apertado perfume fuleiro
Fazendo versos que nunca dá a ela
Platonismo em óculos
Da grossura de bolacha canela
No navio dessa vida clandestino
Naufragado nessa lida nordestino
Sentindo saudade de algo
Que nunca experimentou
Atrasando o aluguel
Do barraco que alugou
Na vizinhança do mundo
Templário iludido
O poeta que não deu certo o fudido
Que passa na bodega e rima uma dose com aratu
Que cantarola Bethovem
Enquanto despinica o sururu
Marimbeiro que acende: o olhar a fogueira o cigarro
Na curva da rodagem de barro
Esperando ouvir o barulho que emana:
Da trovoada da barriga vazia do gaiolão de cana 
O velho: agora no remanso
Do chinelo do remédio da cadeira de balanço
Gritando mudo no olhar perdido
Sem saber mais quem é polícia
Quem é bandido
Escolhendo tanto na eleição
E votando só em ladrão
Enumerando doenças na fila do INSS
Domesticando o olhar pra bunda:
Da enfermeira da beata na quermesse
O ontem pelo hoje diagnosticado:
Estorvo, careta, atrasado
Indigente nato
Que não tem cão
E num quer caçar com gato
Aborto da pátria que o pariu
Massa de manobra
Fantoche civil
Velho mala-sombrado na janela:
Do tempo da sina da febre desses ais
Brasileiro que não interessa
Nem a Deus nem a Satanás.
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


O MILAGRE DA DESGRAÇA
ozzone


Estou pedindo pra você ir embora
Mas na verdade torcendo pra você ficar
Estou gritando pra você se calar
No momento que mais preciso te escutar

Suma daqui!
Você não vê que prefiro ficar sozinho?
Não desgrude de mim...
Só você pode me mostrar o caminho

Me ajude a despistar os livros na estante
Não me deixe passar pela bruxa
E depois vê-la mais adiante
Eu preciso ficar longe
Dos planetas na gaveta do armário
E deixar de fazer do banheiro um santuário

Faça agora comigo um trato
Não deixe que eu perceba as figuras
Se mexendo no retrato
Nem as estrelas mergulhando no mar
Em uma viúva noite nua
Eu queria que a tarde beijasse
No rosto da rua

Você sabe da maldição
Sabe que ela deixou 
Uma granada no meu coração
Você, que me entende tão bem
Sabe que sempre tive todas!
...e nunca ninguém.

Eu sei que você não gosta de me vê assim
Sei que era você que pedia
Pra ela ligar pra mim!
Eu sempre fingir que não sabia
Para não perder a graça
No meu amor existia
O milagre da desgraça.



segunda-feira, 30 de julho de 2012

O amor não tem cheiro,nem idade,não tem cor,não se mede,não conhece fronteiras e idiomas não vemos,nem tocamos Mas sentmos e idealizamos como queremos por isso o Poeta o desenha ,o define como ele sente.dar a forma que ele pensa, dar a cor que ele quer.maria amelia.

Quase fim...

Hoje me deparei com o fim.alguns passos a frente vi o quase fim.nem deu pra medir qual dos dois é pior.fiquei ali sentada ao lado de minha melhor amiga,sim aquela a quem agente se revela sem medo de ser julgada.a nossa frente o final, entrando pela porta alguem que está quase lá.mas ainda brinca com as coisas boas da vida.não a vi chorar,se ela fosse emotiva teria derrado lagrimas por saber que em breve ela pode está no final tambem.Mas aquela adoravel mulher preferiu sair e um pouco adiante nos fazer dar boas risadas de tudo que nos cercava.com isso aprendo que mesmo diante do fim ou do quase fim ainda pode-se apreciar as coisas boas que a vida nos dar de presente todo dia...há......como admiro a sabedoria dos idosos.
Hoje 30 de julho de 2o12. Nos despedimos de nossa mais ilustre e amada irmã  Laura.alguem inesquescivel que marcou nossas vidas pra sempre, aprendemos tanto com ela sua alegria seu desprendimento,olhando pra ela nós sabiamos que vale a pena ser fiel a Deus.via-mos nela tanto amor, simplicidade e gozo pleno da salvação em Cristo Jesus.exemplo de alguem que combateu o bom combate acabou a carreira e guardou a Fé.Nos veremos em breve serva do Deus vivo,sim podemos dizer até breve ,porque o que é a vida senão um sopro que logo se vai,com certeza a sua foi plena.nós te amamos.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

 Aqueles olhos verdes Cristalinos.....Olhos que recitam poesias, 
Brilho do mar emprestado, 
Colibris esvoaçantes 
se buscando 
Lado a lado. 

Visão multicolorida, 
Janelas abertas da alma, 
O real e o sublime 
se defrontando 
Na mesma calma.

Espelhos cristalinos prisioneiros
Que à moldura facial encantam;
Líquidos poemas que se transformam
em canção.

Esmeraldas lapidadas
Na singeleza de um sorriso cativante;
Sonhos que partem rumo ao infinito... 
Mas retornam. João Candido da Silva neto.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

AnseioOh, quem me dera embalado 
Nesse berço vaporoso, 
Nuvens do céu azulado... 
Onde os meus olhos repouso 
Já de tanto olhar cansado! 

De tanto olhar à procura 
De um bem que o fosse deveras; 
De uma paz, de uma ventura 
Dessas venturas sinceras, 
Se as pode haver sem mistura. 

Mas há, sem dúvida: creio 
Neste desejo entranhável! 
Há-de haver um rosto, um seio 
De amor e gozo inefável 
Donde mesmo este amor veio! 

Este amor que a vós me prende, 
Nuvens do céu azulado! 
E a vós, lâmpadas que acende 
Depois do Sol apagado 
Quem... de Quem tudo depende! 

João de Deus, in 'Campo de Flores'
Tema(s): Ansiedade Ler outros poemas de João de Deus 
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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

A lagrima.....


CAEM LÁGRIMAS
(Rogério Simões)

Rolam-me na face
Caem no chão
Secam com o vento
As lágrimas tristes
Do meu coração!

Continuo escrevendo,
Versando tua beleza,
Apenas interrompido
Por longos suspiros
Da grande tristeza
De meu coração!

E, se depois penso…
Que jamais serás minha:
Rolam-me lágrimas
Pelo rosto molhado
Caem no chão!
Secam com o vento!
As lágrimas tristes
Do meu coração.

Abril de 1968

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Minha Vida ....

Minha vida não foi um romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amar, não digas, que morro
De surpresa... de encanto... de medo...

Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.

Minha vida não foi um romance...
Pobre vida... passou sem enredo...
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa, de encanto, de medo!

Minha vida não foi um romance...
Ai de mim... Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso.. de um gesto.. um olhar...
Mário Quintana